PUC-Rio

Sua Formação, Nossa Prática:
Acolhendo e Educando Jovens Adolescentes

Metodologia Ativa para a Formação Integral

 

Ação – Reflexão: Saber Fazer

Tendo como diferencial a metodologia da interdisciplinaridade no âmbito da sustentabilidade e do fomento à autonomia de aprendizado do aluno, o NEAM produz seus processos de ensino-aprendizagem constituindo para esse aluno, essencialmente, dimensão de valorização do ser humano e de sociabilidade, para o despertar de novas possibilidades, a percepção da beleza ou estética das coisas do mundo e de si próprio, a curiosidade no aprender para evoluir e criar, e a descoberta de talentos próprios e de potencialidades. O NEAM Incentiva a disposição do aluno pela felicidade e de que ele vive uma história própria, da qual ele é sujeito e pode transformá-la, juntamente com a sua realidade, para melhor.

Condizente com a base de interdisciplinaridade sustentável que compõe para potencializar o desenvolvimento dos jovens adolescentes em questão, e entendendo a educação como um processo, que deve associar o saber ao fazer, o NEAM trabalha conectando dois movimentos: ação e reflexão, com a interdisciplinaridade como veículo para transportar o saber. O processo de ensino-aprendizagem efetiva-se como meio que estimula a indagação e proporciona o despertar da curiosidade, considerando-se esta como fator catalisador para a formação.

No NEAM, o aluno é o centro do processo de ensino-aprendizagem, incentivando-se que aprenda de forma participativa na resolução de desafios, refletindo e explorando soluções. O professor é o orientador-mediador da atividade pedagógica, que incentiva na determinação de caminhos corretos e soluções adequadas, e estimula a capacidade do aluno de intervir em contexto de incertezas e complexidades. Requer-se que o aluno aprenda a saber fazer com autonomia, satisfação e prazer, desenvolvendo suas potencialidades e desejando aprimorar o seu talento para a excelência.

 

Fundamentação Científica da Metodologia Pedagógica

Segundo Freire (1996) “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (Freire, 1996, p.25). O NEAM, em seus textos históricos, ressalta como uma de suas características, o respeito à "troca entre os saberes populares e acadêmicos” como forma de relacionamento entre professores e alunos. O NEAM busca construir o conhecimento a partir dos saberes de seus participantes, permitindo que a educação se construa como um modo mútuo de troca de experiências sem a tradicional hierarquia do conhecimento.

Nossa metodologia é caracterizada como interdisciplinar e integra as diversas áreas do conhecimento para criar novas pontes de interseção entre o saber acadêmico e o saber popular, estimulando a troca de experiência e favorecendo a integração social da comunidade.

Texto oficial de apresentação do NEAM.

Freire (1996, p.17) ressalta que “ensinar exige respeito aos saberes dos educandos”, e destaca que esse respeito deve acontecer sobretudo aos alunos oriundos de classes populares, os quais por muitas vezes possuem seus saberes comunitários e práticas ignoradas pela homogeneidade midiática e cultural. O autor ensina não apenas a respeitar, mas convida os educadores a fazer uso desses saberes como metodologia de ensino. Como exercício, ele propõe utilizar a experiência dos alunos em suas comunidades de origem, como objeto de estudo para as disciplinas.

Por que não aproveitar a experiência que têm os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem-estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes. (...). Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade agressiva em que a violência é constante e a convivência das pessoas é muito maior com a morte do que com a vida?

Freire, 1996, p. 17.

 

O NEAM utiliza-se, igualmente, da pesquisa-ação Thiollent, acrescida do enfoque do Design Social, sendo produzida em parceria com o Departamento de Artes & Design, do Centro de Ciências Humanas e Teologia, da PUC-Rio. Como define Thiollent (1985), a característica da pesquisa-ação é quando existe uma real ação por parte dos pesquisadores e das pessoas implicadas no processo da pesquisa. No campo do Design, a natureza deste é interdisciplinar, conforme afirma Couto (1997, p.7) “sua natureza multifacetada exige interação, interlocução e parceria”, e sua abordagem social, segundo Farbiarz e Ripperb (2011), desenvolve-se por meio da partilha, da troca, permitindo ir de encontro do outro.

A interdisciplinaridade também é assinalada, por Japiassu e Marcondes (1991), como um método de pesquisa capaz de promover a interação entre duas ou mais disciplinas, sendo que a interação acontece por meio da comunicação das ideias até a integração mútua dos conceitos. Acrescenta-se que Freire (1996) evidencia a importância da prática interdisciplinar como possibilidade de renovação da prática de ensino, propiciando o ensinamento por meio do diálogo e integração de diferentes conteúdos, e que o educando deve assimilar o objeto de estudo incluindo-o na realidade que vivencia  (Freire, 1996, p. 25-31).

No que tange à interdisciplinaridade, o NEAM, durante as primeiras décadas de existência, realizou suas atividades pedagógicas de forma multidisciplinar, trabalhando conteúdos em diferentes disciplinas, ainda sem a necessidade de interligação entre elas. Nesse período, assuntos em comum eram abordados nas diferentes atividades. Por exemplo, a sustentabilidade era abordada não como um conteúdo necessariamente interligado, de forma simultânea nos espaços que inspiraram o nascer do Laboratório Milênia-Empreendedorismo, com a Oficina de Reciclagem de Papel, e do Laboratório Arte-Educação, com as Oficinas de Arte-Educação. Essa característica multidisciplinar, segundo Jantsch e Bianchetti (1995) antecede à pluridisciplinaridade que segundo os autores  ocorre quando disciplinas afins se aproximam para desenvolver o conhecimento de forma compartilhada. Em seguida, ainda de acordo com os autores, ocorre a interdisciplinaridade onde as ações são coletivas, e estão interligadas – como se deu na evolução dos processos de ensino-aprendizagem do NEAM. Ressalta-se que, nessa lógica, a transdisciplinaridade, onde não existem entraves disciplinares, seria o último nível.